quinta-feira, 1 de setembro de 2016

RECIFE




Não é mês de outubro, mas hoje eu tô que nem criança! Porque todo mundo tem a sua “Itamaracá”. E eu estou indo pra minha. A minha Itamaracá de hoje não é mais a ilhazinha homônima onde eu aprendi a andar e costumava veranear. A bem da verdade, a Itamaracá de cada um é aquele paraíso recôndito onde a gente se refestela. Ela pode ser aquele banquinho na praça onde uma árvore linda faz sombra e que nós encaramos encharcados de nostalgia porque era ali que a gente costumava sentar na companhia daquele namoradinho do tempo de colégio. Ela também pode ser aquela trilha na floresta que a gente percorre sentindo a presença de Deus e enxergando seu toque divino em cada centímetro. Porque ela é qualquer lugar que nos fomente a esperança e nos remeta à lembrança da época mais feliz das nossas vidas.
                Mas por que então chamá-la de Itamaracá? Porque lá foi meu primeiro paraíso. E a euforia de ir para minha Itamaracá de hoje é a mesma que eu sentia na véspera de ir para a minha Itamaracá de outrora. É verdade que os gibis que eu costumava pôr na mala foram trocados pelos livros há um bom tempo. Mas a sensação ao fazer a mala é a mesma. Que alegria!

É certo que a vida dá muitas voltas e que muita coisa muda ao longo dela, de modo que a Itamaracá de cada um pode mudar de localização geográfica incontáveis vezes ao longo dessa aventura que é viver, mas o que não muda e que realmente importa é que todo mundo sempre tem e sempre haverá de ter uma Itamaracá. Porque Itamaracá é aquele lugar onde a gente se cerca de pessoas em cuja companhia pode ser feriado de páscoa, mas parece manhã de natal. E enquanto houver uma Itamaracá pra visitar, eu vou poder acordar com um sorriso no rosto, enternecida pela doçura do nascer do dia de ir pra lá...