Não é mês de
outubro, mas hoje eu tô que nem criança! Porque todo mundo tem a sua
“Itamaracá”. E eu estou indo pra minha. A minha Itamaracá de hoje não é mais a
ilhazinha homônima onde eu aprendi a andar e costumava veranear. A bem da
verdade, a Itamaracá de cada um é aquele paraíso recôndito onde a gente se
refestela. Ela pode ser aquele banquinho na praça onde uma árvore linda faz
sombra e que nós encaramos encharcados de nostalgia porque era ali que a gente
costumava sentar na companhia daquele namoradinho do tempo de colégio. Ela
também pode ser aquela trilha na floresta que a gente percorre sentindo a
presença de Deus e enxergando seu toque divino em cada centímetro. Porque ela é
qualquer lugar que nos fomente a esperança e nos remeta à lembrança da época
mais feliz das nossas vidas.
Mas
por que então chamá-la de Itamaracá? Porque lá foi meu primeiro paraíso. E a
euforia de ir para minha Itamaracá de hoje é a mesma que eu sentia na véspera
de ir para a minha Itamaracá de outrora. É verdade que os gibis que eu
costumava pôr na mala foram trocados pelos livros há um bom tempo. Mas a
sensação ao fazer a mala é a mesma. Que alegria!
É certo que a
vida dá muitas voltas e que muita coisa muda ao longo dela, de modo que a
Itamaracá de cada um pode mudar de localização geográfica incontáveis vezes ao
longo dessa aventura que é viver, mas o que não muda e que realmente importa é
que todo mundo sempre tem e sempre haverá de ter uma Itamaracá. Porque
Itamaracá é aquele lugar onde a gente se cerca de pessoas em cuja companhia
pode ser feriado de páscoa, mas parece manhã de natal. E enquanto houver uma
Itamaracá pra visitar, eu vou poder acordar com um sorriso no rosto, enternecida
pela doçura do nascer do dia de ir pra lá...
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